esqui cross-country

[Esqui cross-country] Largada em massa 50km masculino

A prova mais longa do esqui cross-country começou muito estudada, com um pelotão gigante e nenhuma tentativa de fuga na primeira metade. Na passagem dos 30km a maioria dos participantes fez um pitstop para trocar os esquis, o que causou a quebra do pelotão. Matti Heikkinen (FIN), que não fez a troca, tentou uma fuga e chegou a abrir mais de vinte segundos na passagem dos 35km, mas foi neutralizado em cerca de cinco quilômetros.

O pelotão cresceu e os cinco primeiros passaram nos 48km separados por menos de um segundo, mas logo depois o esqui de Dario Cologna (SUI), que passou em quarto, quebrou e ele saiu da briga. A equipe russa disparou e colocou três atletas entre os cinco primeiros. Na subida final o sueco ficou e sobraram os três russos e Martin Johnsrud Sundby (NOR), que entraram juntos no estádio. Na última curva os três da casa dispararam e Alexander Legkov venceu, com sete décimos de vantagem para Maxim Vylegzhanin, que quase perde o segundo lugar para Ilia Chernousov, mas o photofinish mostrou que os dois chegaram com um décimo de diferença. Dois décimos atrás chegou Sundby. Cologna acabou chegando apenas em 27º, mais de um minuto atrás dos vencedores.

[Esqui cross-country] Largada em massa 30km feminino

A prova foi inteiramente dominada pelas norueguesas, que lideraram o pelotão inicial e a partir da terceira volta começaram a disparar e abrir cerca de dez segundos a cada parcial. Charlotte Kalla (SWE), que conseguia acompanhar o ritmo das líderes, teve algum problema na terceira volta e caiu de 4º pra 25º, não conseguindo nem esboçar uma reação e terminando em 34º, mais de cinco minutos após a campeã.

Therese Johaug, Kristin Stoermer Steira e Marit Bjoergen se revezaram na liderança por cerca de vinte quilômetros, e os últimos 10km nem tiveram graça, porque a vantagem das norueguesas era enorme. Na última subida para retornar ao estádio, Bjoergen começou um sprint e só Johaug conseguiu acompanhá-la, mesmo que de longe. Bjoergen ficou com o ouro, 2,6s à frente de Johaug. Steira ficou um pouco pra trás mas não teve seu bronze ameaçado, para confirmar o pódio 100% norueguês que se desenhava desde os 10km.

[Esqui cross-country] Sprint por equipes

Feminino
A primeira semifinal foi dominada pela Finlândia, que passou em primeiro em todas as trocas e venceu com sete segundos de vantagem para a Polônia, equipe em que uma (Jaskowiec) andava devagar e outra (Kowalczyk) tinha que remar tudo de novo. Na segunda semifinal Noruega, Suécia e Estados Unidos formaram um pelotão até a última volta, quando a americana ficou pra trás e as nórdicas venceram pra conseguir as vagas diretas. Mas como eram seis vagas de lucky losers, as americanas entraram fácil, assim como russas, alemães, eslovenas, suíças e austríacas.

Na final  a Noruega decidiu correr e liderou do início ao fim, seguida de perto por Finlândia e Suécia no início. As finlandesas até conseguiram se manter em segundo, mas foram ficando distantes da liderança e se acomodaram por aí. Suécia e Alemanha se revezaram na terceira posição, e no sprint final a sueca conseguiu o bronze.

Masculino
Na primeira semifinal, o time da Suíça formado pelos irmãos Cologna parecia que ia fazer papel semelhante ao feminino, com um andando muito (Dario) e o outro jogando o time pra trás (Gianluca). Mas o irmão mais novo controlou bem a quarta e a sexta voltas e o time terminou em terceiro. Só ficou atrás da Alemanha e da República Checa. A Noruega chegou em quarto e só se classificou com a última vaga de lucky loser.

A final foi muito equilibrada, com pelotões grandes ao longo de cada volta e diferenças aparecendo apenas nas horas das trocas. Na última volta, Finlândia, Alemanha e Rússia disputavam as medalhas. Na curva fechada para entrar no estádio, o alemão bateu sozinho no esqui do finlandês e caiu por cima do russo, que conseguiu desviar e conquistar a prata, logo atrás do finlandês. A Alemanha não se recuperou a tempo e chegou em sétimo, o bronze ficou com a Suécia.

[Esqui cross-country] Revezamento 4x10km masculino

A prova começou mais ou menos como o feminino ontem: Finlândia, Suécia e um país aleatório dividindo a liderança. Primeiro o Cazaquistão, depois a França. Na passagem do segundo pro terceiro esquiador Suécia e Finlândia estavam empatados, mas nessa terceira perna o finlandês morreu e o time acabou apenas em sexto.

A França, que havia ficado afastada dos líderes na segunda perna, voltou a se aproximar, mas o russo foi melhor e assumiu a vice liderança. Na última perna, Vyleghzanin começou forte demais e se poupou na segunda volta, sendo ultrapassado por Perrillat. Na última subida antes da volta ao estádio, o russo disparou de novo e não deu mais chances ao francês.

Olsson e Hellner, os melhores suecos, fizeram trechos perfeitos e terminaram a prova com 27,3s de vantagem para os russos, que chegaram quatro segundos à frente da França. Para a Noruega, mais um fracasso. O time perdeu trinta segundos na primeira e mais trinta na segunda parte, não conseguindo chegar nem perto na segunda metade da prova e terminando em quarto lugar, 1:09,7 atrás da Suécia.

[Esqui cross-country] Revezamento 4x5km feminino

A prova foi decepcionante para a Noruega, que ficou atrás o tempo todo e terminou apenas em quinto lugar, quase um minuto atrás dos líderes. A Suécia, que estava no primeiro pelotão junto com Alemanha e Finlândia durante a primeira metade da prova e ficou bem pra trás na terceira parte, foi representada na parte final por Charlotte Kalla, que começou a correr com 26 segundos de desvantagem e já na primeira volta tirou metade da diferença.

Nos últimos metros antes do retorno ao estádio, a finlandesa Lahteenmaki tentou abrir, mas não conseguiu. Kalla encostou na alemã e a ultrapassou na última curva. Lahteenmaki ameaçou perder fôlego e chegou a ficar em terceiro, mas se recuperou e chegou em segundo. Bronze para a Alemanha e quarto lugar para a França, que ainda conseguiu ultrapassar a Noruega na última etapa.

[Esqui cross-country] 15km clássico masculino

Uma prova dominada por Dario Cologna (SUI), que foi o 35º a largar e começou a fazer as melhores parciais na metade da prova, aos 8km. O ritmo do suíço foi tão forte que ele chegou ao quilômetro final colado no sueco Johan Olsson, que havia largado trinta segundos antes dele e estava fazendo o segundo melhor tempo nas parciais. Como se fosse uma prova de sprint, Cologna disparou na reta final e os dois chegaram juntos, com Cologna ficando 28,5s à frente do Olsson no tempo líquido.

Quem fez uma prova excepcional foi o também sueco Daniel Richardsson, que passou nos 2,2km em 30º lugar e foi subindo até chegar em terceiro, tirando o finlandês Iivo Niskanen do pódio por apenas dois décimos de segundo.

Essa prova é interessante também porque é a que reúne atletas de mais países, incluindo alguns sem nenhuma expressão em Jogos de Inverno, como Bermuda, Mongólia, Irã, Índia e Nepal. Um deles, Gary di Silvestri, de Dominica, tentava fazer a primeira aparição de “seu” país (ele é naturalizado), já que sua esposa não largou ontem nos 10km, só que ele abandonou a prova ainda no início, antes dos 2,2km. Outro, o peruano Roberto Carcelen, foi o último a largar e último a chegar, único a fazer a prova em mais de uma hora (1:06:28,9).

[Esqui cross-country] 10km clássico feminino

Uma prova fortemente prejudicada pelo calor acima de 10ºC, que deixou a leve uma lama, muito difícil de esquiar, e levou várias atletas a competir de camisa de manga curta ou mesmo de regata, caso da americana Sophie Caldwell. Justyna Kowalczyk (POL) foi a que se deu melhor com as condições e venceu com vantagem de dezoito segundos para Charlotte Kalla (SWE). Em terceiro chegou Therese Johaug (NOR), deixando Marit Bjoergen fora do pódio, em quinto lugar, atrás de Aino-Kaisa Saarinen (FIN). Bacana ver a participação de países sem nenhuma tradição nos esportes de inverno, como Mongólia, Togo e Irã. Dominica também estava inscrita, mas sua representante não largou.

[Esqui cross-country] Sprint

Feminino
A Noruega dominou a eliminatória, colocando suas quatro atletas entre as sete primeiras. Estados Unidos e Eslovênia foram os outros dois únicos países a colocar suas quatro atletas entre as 30 classificadas para as baterias eliminatórias. Jaqueline Mourão competiu e chegou em 65º entre 67.

Nas quartas de final, as norueguesas venceram três das cinco baterias, e Marit Bjoergen foi a única a não vencer, graças a um sprint final incrível da alemã Harmmann. A segunda bateria da semifinal teve um final maluco, com Bjoergen caindo na reta final, Harmmann liderando, perdendo fôlego e chegando em terceiro, e uma surpresa americana em segundo. Com três norueguesas na final, Falla e Oestberg fizeram dobradinha no sprint final, com a eslovena Vesna Fabjan ficando com o bronze após ficar boa parte do percurso em segundo lugar.

Masculino
O traçado foi diferente do feminino, e uma curva em especial causou muitas quedas, a mais grave sofrida pelo chinês Xu, que foi o único a não completar o trajeto e precisou ser imobilizado e resgatado. Leandro Ribela passou bem por essa curva, mas chegou em 80º entre 86. Noruega e Rússia foram os únicos países a classificar seus quatro atletas para a segunda fase. Os quatro noruegueses ficaram entre os dez primeiros.

A melhor bateria de quartas de final foi a terceira, em que o trio sueco fez um jogo de equipe e chegou colado, deixando Peter Northug (NOR) pra trás. O nível dessa bateria foi tão forte que o terceiro sueco e Northug foram os que se classificaram por tempo. Na última bateria, o campeão do skiatlo Dario Cologna (SUI) caiu duas vezes e chegou em último. Federico Pellegrino (ITA) entrou no estádio em terceiro, mas na última curva foi pro ataque e venceu.

Na primeira bateria semifinal o russo caiu na curva traiçoeira e quebrou o esqui, mas tentou terminar a prova assim mesmo. Claro que não deu certo e em um declive ele caiu de novo. Mas apareceu um esqui novo, ele trocou e completou a bateria, que teve NOR-SWE-NOR-SWE-NOR nas primeiras posições.

A final foi bem curiosa, com um strike na mesma curva em que muita gente caiu ao longo do dia. Anders Gloeersen (NOR) e Markus Hellner (SWE) caíram (separados) e Sergey Ustiugov (RUS) acabou tropeçando no sueco. Ola Vigen Hattestad (NOR) e Teodor Peterson (SWE) conseguiram escapar e lutaram pelo ouro, com vitória do norueguês que já havia vencido todas as baterias que disputou nas fases anteriores. Emil Joensson (SWE), que estava em último, bem atrás do pelotão, viu a medalha de bronze cair no colo ao ultrapassar os três que caíram e seguir tranquilo até a chegada. Os três até completaram o percurso, mas muito longe dos primeiros colocados.

[Esqui cross-country] Skiatlo masculino

Uma prova espetacular! O primeiro pelotão teve mais de quinze atletas até a última volta, e todos os favoritos estavam muito próximos. Várias trocas de liderança depois, nos últimos dois quilômetros a coisa começou a ser decidida. O favorito Martin Sundby (NOR) chegou a assumir a ponta, mas Marcus Hellner (SWE) o ultrapassou, sendo alcançado logo depois pelo norueguês e por Dario Cologna (SUI), que assumiu a liderança na curva fechada pra entrar no estádio. No sprint final, Hellner bem que tentou alcançar, mas não deu. O russo Maxim Vylegzhanin se esforçou, mas o máximo que conseguiu foi chegar um décimo de segundo atrás do norueguês, que ficou com o bronze. Ouro para a Suíça e prata para a Suécia. Alexander Legkov, principal favorito dos donos da casa, fracassou e chegou apenas em décimo primeiro.

[Esqui cross-country] Skiatlo feminino

A primeira prova do cross-country foi dominada no início pelas norueguesas Marit Bjoergen, Therese Johaug e Heidi Weng, que formaram o primeiro pelotão junto com Charlotte Kalla (SWE), Justyna Kowalczyk (POL) e Kerttu Niskanen (FIN). No pit stop para troca do equipamento após os 7,5km clássico, Kowalczyk e Niskanen sofreram quedas, e a polonesa deve ter agravado a lesão que já tinha quando chegou a Sochi, perdendo muito contato com as primeiras colocadas.

Aino-Kaisa Saarinen ocupou o lugar da Niskanen no primeiro pelotão e as cinco travaram uma intensa disputa durante todo percurso do estilo livre até a última subida, quando Bjoergen e Kalla conseguiram uma importante fuga, com a sueca na frente. Na curva para entrar no estádio, Bjoergen tangenciou melhor e, por dentro, assumiu a ponta. As duas deram tudo de si nos metros finais, mas Kalla não conseguiu alcançar. Com esse resultado, Bjoergen tornou-se a mais velha esquiadora cross-country a vencer uma prova olímpica.

O bronze também ficou com a Noruega, mas não com a líder do ranking Johaug, que ficou em quarto, e sim com a jovem Weng, que ficou quietinha durante toda a prova e superou as rivais no fim.