Balanço final

Acabou.

Foram 18 dias de sono comprometido, vida social anulada, jornadas de 12, 13 horas em frente ao computador e à televisão. Mas valeu a pena.

Sempre vale. Jogos Olímpicos são especiais. São o que de melhor o esporte pode oferecer concentrado em duas semanas inesquecíveis.

Mas como eu não sou bom de despedidas, vou nesse post final fazer um balanço dos palpites que eu dei antes de Sochi começar. Ver o que eu acertei e o que eu errei.

Os favoritos – parte 1

Fui bem, vai. Falei que Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega e Alemanha iam disputar a liderança do quadro de medalhas e eles realmente ficaram entre os seis primeiros. Eu só não esperava que a supremacia holandesa na patinação fosse suficiente para colocar o país em quinto.

A China, mesmo sem Wang Meng, ganhou seis das suas nove medalhas na pista curta. A Coreia, como eu havia apostado, ganhou todas as suas medalhas na patinação, mas não repetiu o Top 5 de 2010. A Suécia ficou com a prata no hóquei (falei que tinha chances) mas ganhou 11 das suas 15 medalhas no cross-country (também acertei essa, que era barbada).

Errei feio com Áustria e Suíça, nenhum dos dois conseguiu medalhas no salto de esqui. Os austríacos foram bem no esqui alpino e a Suíça se espalhou por seis modalidades, numa campanha surpreendente. A França foi outra que surpreendeu ganhando medalhas em seis modalidades, enquanto a Austrália, apesar de não ter nenhum ouro, continuou garimpando suas medalhas no esqui estilo livre e no snowboard.

Oito nomes pra ficar de olho

– Steven Holcomb (USA): eu apostei em dois ouros, conquistou dois bronzes.
– Martin Fourcade (FRA): ganhou dois bronzes e uma prata, e poderia ter feito mais se tivesse equipes decentes nos revezamentos.
– Tina Weirather (LIE): sofreu uma contusão ainda na fase de treinamentos e não disputou nenhuma prova, uma grande pena.
– Maria Hoefl-Rischer (GER): ganhou uma prata e um bronze, mas ficou apenas em nono na sua prova preferida, o slalom.
– Victor An (RUS): entrou para a história como primeiro atleta a vencer todas as provas da patinação de pista curta (não na mesma edição nem pelo mesmo país, entretanto). Ficou em primeiro lugar no “quadro de medalhas individual” com três ouros e um bronze.
– Natalie Geisenberg (GER): conquistou dois ouros nas duas provas que disputou. Mas essa aposta era fácil demais.
– Martins Dukurs (LAT): ficou com a prata, não foi páreo para o rival local.
– Heather Richardson (USA): minha aposta mais furada. Foi mal assim como toda a equipe americana de patinação de velocidade, que pela primeira vez em trinta anos saiu de uma edição dos Jogos sem medalha.

Quatro grandes disputas

– Noelle Pikus-Pace (USA) x Elizabeth Yarnold (GBR), skeleton: a única que aconteceu com a intensidade que eu esperava. Não que o ouro de Lizzy Yarnold tivesse sido muito ameaçado, mas a diferença entre as duas se manteve pequena em todas as descidas.
– Austríacos x Kamil Stoch (POL) x Simon Ammann (SUI), salto de esqui: o polonês não deu chances nas disputas individuais e os austríacos conseguiram o feito de perder o ouro por equipes no último salto. Ammann, que estava numa temporada mediana, foi figurante em todas as provas.
– Darya Domracheva (BLR) x Kaisa Makarainen (FIN) x Tora Berger (NOR), biatlo: a bielorrussa dominou tudo, conquistando três ouros. A finlandesa sumiu, não figurou entre as primeiras em nenhuma prova. Berger sai de Sochi com uma medalha de cada cor, mas apenas uma prata individual, levando uma surra de 37 segundos de Domracheva.
– Yu-Na Kim (KOR) x Mao Asada (JPN), patinação artística: Mao caiu em um salto e foi fortemente despontuada, terminando o programa curto em 16º lugar e conseguindo uma recuperação fantástica no programa longo. Kim ficou em primeiro no programa curto mas acabou com a prata.

 

É isso. Acabou. Obrigado a quem acompanhou comigo essa competição. Não vejo a hora de começar a próxima. E já é semana que vem! Paralimpíadas de Inverno já estão aí, batendo na porta. Até lá!

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